quarta-feira, 31 de maio de 2017

A semana II

Repito um pouco do que disse sobre “A semana I”, mas destaco essas passagens:

Parafraseando para a passagem do ano:
- “ Não me iludis, - dirá 2018, - sei que me não amais desinteressadamente; egoístas eternos, quereis que eu vos dê saúde e dinheiro, festas, amores, votos e o mais que não cabe neste pequeno discurso. Direis mal de 2017, vós que o adulastes do mesmo modo quando ele apareceu; direis o mesmo mal de mim, quando vier o meu sucessor.” P. 3

Questão de método:
- “Eu, posto creia no bem, não sou dos que negam o mal, nem me deixo levar por aparências que podem ser falazes. As aparências enganam; foi a primeira banalidade que aprendi na vida, e nunca me dei mal com ela. Daquela disposição nasceu em mim esse tal ou qual espírito de contradição que alguns me acham, certa repugnância em execrar sem exame vícios que todos execram, como em adorar sem análise virtudes que todos adoram. Interrogo a uns e a outros, dispo-os, palpo-os, e se me engano, não é por falta de diligência em buscar a verdade. O erro é deste mundo.” P. 34

-“ Considerai como crescem os lírios do campo; eles não trabalham nem fiam...Não andeis inquietos pelo dia de amanhã. Porque o dia de amanhã a si mesmo trará o seu cuidado; ao de hoje basta a sua própria aflição.” (S. Mateus) p. 55

-“Carlos Gomes continua a morrer. Até quando irá morrendo?” p. 59

- “Aí estou eu a repetir cousas que sabeis – uns por as haverdes lido, outros por vos lembrardes delas; mas é que há certas memórias que são como pedaços de gente, em que não podemos tocar sem algum gozo e dor, mistura de que se fazem saudades.” P. 65

- Redução de impostos. “Estas duas palavras raramente andam juntas; saudemos tão doce consórcio. Só um amor verdadeiro as poderia unir. Que tenham muitos filhos é o meu mais ardente desejo.” P. 67

- “Não se devem fazer visitas a desafetos; o menos que acontece é não acha-los em casa.” P. 73

- “A verdade, porém, é o que deveis saber, uma impressão interior. O povo, que diz as cousas por modo simples e expressivo, inventou aquele adágio: Quem o feio ama, bonito lhe parece. Logo, qual é a verdade estética? É a que ele vê, não a que lhe demonstrais.” P. 82

- Por que os transeuntes correm atrás de um ladrão na rua? P. 92 (boa reflexão)

- “Talvez por isso, mal os jornais dão notícia de um delito desses, o esquecimento absorve o criminoso. Não imprimam absolve; quem absolve é o júri, no caso de haver processo; eu digo que o esquecimento absorve o criminoso, no sentido de se não falar mais nisso.” P. 97

- “Os que parecem outros um dia é que estavam escondidos em si mesmos.” P. 117

0 comentários:

Postar um comentário