segunda-feira, 25 de julho de 2016

A escrava Isaura

A leitura de A Escrava Isaura teve um gosto de nostalgia do tempo em que eu acompanhei a novela da Globo. Foi impossível ler o livro sem associar os personagens aos atores e atrizes da novela.

Graças à proposta do Xô, tsundoku! li os dois livros de Bernardo Guimarães que estavam disponíveis em minhas prateleiras. É claro que esses dois livros não dão conta de entender o estilo do autor ao longo de toda sua produção de 26 livros, entre publicados e não publicados, porém tivesse eu lido apenas um dentre estes dois teria, certamente, ficado com uma visão equivocada de seu estilo.

Ambos os livros tratam de temas complexos e envolventes: a instituição da escravidão e do celibato. E quanto a isso, considerando o contexto histórico no qual foram escritas, são obras literárias dignas de atenção. Mas o que me chamou a atenção foi que A Escrava Isaura tem uma estrutura e uma linguagem muito mais atraente se comparada a O Seminarista.

Talvez porque o autor optou por descrever menos a paisagem e as situações e permitir o diálogo entre os personagens, A Escrava Isaura ficou, sem dúvida, muito mais leve. O Seminarista, ao contrário, sofreu com os excessos típicos da fase chamada ‘ultraromântica', excessos de sentimentalismo, tramas para afastar os amantes, amores não correspondidos etc. e, não menos importante, os excessos na linguagem que para os dias de hoje tornam a leitura enfadonha.

0 comentários:

Postar um comentário