segunda-feira, 25 de julho de 2016

O melhor da crônica brasileira 1

Se for para escolher o melhor entre os melhores, eu prefiro a melhor desta coleção: Rachel de Queiroz. O lirismo de "Tangerine girl" é algo comovente e delicioso de ler. A garota que acenava para o soldado no dirigível e nutria mil sonhos românticos vê seu mundo desabar no contato com a realidade, "...só viu escárnio, familiaridade insolente...".

 Já "Pici", a descrição do sítio de veraneio comprado pela família da escritora quando era menina, é nostalgia embalada em bela narrativa de sentimentos e emoções. Me fez lembrar os tempos de menino em Carpina.

"Nunca mais fui lá. Dói demais, vai doer demais, imagino. Eu ainda escuto no coração as passadas de meu pai no ladrilho do alpendre, o sorriso de minha mãe abrindo a janela do meu quarto, manhã cedo: "Acorda, literata! Olha que sol lido!" (...)
Não, nunca mais quero ir lá. Ninguém desenterra um defunto amado para ver como é que estão os ossos." p. 62

De Armando Nogueira gostei muito de "Menino que chega", crônica discutida na "Ficha do aluno" da coleção.

"Onde estão as borboletas azuis?" de José Lins do Rego para além do aspecto literário o que chama a atenção é ele se revoltar, já na década de 50, contra a imundície da Lagoa Rodrigo de Freitas no RJ.

De Sérgio Porto, ou Stanislaw Ponte Preta, duas foram bem divertidas: "Vamos acabar com esta folga" para certos brasileiros largarem a mania de serem bestas :) e "Com a ajuda de Deus" que brinca com os religiosos.

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