Denúncia contra a instituição do celibato. Talvez esta
afirmação resuma a intenção de Bernardo Guimarães em O Seminarista. Da amizade entre duas crianças, que vivem na mesma
área rural, a história evolui para a dor da separação - neste momento apenas
separação entre amigos - quando Eugênio é mandado para um seminário para se
tornar padre.
Ao descobrir que o que sente por Margarida não é
apenas saudade de amigos, mas algo muito mais forte, Eugênio passa pelo
tormento que é a concepção de sexualidade da Igreja Católica.
"Sua terna e delicada sensibilidade embotou-se,
ou antes apagou-se no gelo de um beatismo frio, austero e sem arroubos."
p. 22
"O rapaz que sai de um seminário depois de ter
estado ali alguns anos, faz na sociedade a figura de um idiota. Desazado,
tolhido e desconfiado, por mais inteligente e instruído que seja, não sabe
dizer duas palavras com acerto e discrição, e muito menos com graça e
afabilidade. E se acaso o moço é tímido e acanhado por natureza, acontece
muitas vezes ficar perdido para sempre." p. 26
Nos momentos finais Bernardo Guimarães, já flertando
com o naturalismo e o realismo, denuncia quão equivocado é o celibato:
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